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O reggae não é pra se ouvir é pra se sentir, quem não o sente não o conhece. (Bob Marley)

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quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Ubuntu – O que o reggae tem a nos ensinar


Por: Franci Skakur

São Luis, também conhecida como Jamaica brasileira irá receber o Museu do Reggae, o segundo do mundo cuja autorização já foi concedida pelo governador do Estado com previsão para inauguração ainda nesse mês de agosto de 2017. O museu está integrado às casas de cultura da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Sectur) e tem como objetivo difundir a história do reggae no Maranhão, dos DJs, clubes, radiolas, etc., além de homenagear um dos grandes expoentes do reggae jamaicano Bob Marley.
Praça do Reggae - São Luis -MA
Como parte desse projeto está acontecendo todas as quintas-férias diversas apresentações de DJs, cantores/as de reggae, grupos de dança, bem como desfiles e vendas de objetos da moda afro e do reggae na Praça da Criança (batizada pelo projeto de Praça do Reggae) na Rua da Estrela no centro histórico de São Luis, com uma programação diferente toda quinta- feira.
No último dia 10-08-17 a praça recebeu o Dj Jorge Black e a cantora Célia Sampaio, também conhecida como a Dama do Reggae. Célia realizou uma apresentação cheia de magia e adentrou ao palco tocando seu tambor trazendo um vento de valores africanos para a massa regueira por meio do seu canto.
Reconhecida pela música Black Power, uma das mais famosas, Célia abrilhantou o público saudando a África e cantou uma música nova de nome Ubuntu - todos seremos um; com letra e música de Mário Garcez. Ubuntu é uma palavra de origem africana que significa ‘Eu sou porque nós somos’ que corresponde a uma filosofia de origem bantu (grupo etnolinguístico da África Subsaariana). Esta filosofia prega o respeito pelo outro, valoriza a humanidade e a solidariedade.
Cantora Célia Sampaio

Ubuntu é compreender que somos todos
afetados quando um de nos é diminuído, humilhado e discriminado.
Na música cantada por Célia o conceito foi utilizado para demarcar essa filosofia como
aparece no refrão: Ubuntu- sou eu, ele e tu, Ubuntu- somos todos um. Ao cantar essa
canção a dama do reggae conduz seus ouvintes a uma viagem aos valores da unidade,
da coletividade e do respeito aos outros, presentes no continente africano, na Jamaica e
também no Maranhão que precisam ser resgatados.

Essa foi uma forma de mostrar a importância do combate ao individualismo da babilônia,
como é chamada a sociedade capitalista, egoísta e individualista, da competição, etc.,
pelos aderentes do Rastafarianismo, e da necessidade de uma união universal dos seres
humanos. Como o personagem africano do griôt que conta histórias para seu povo
levando horizonte de paz, de força e união, Célia traz um valor africano que precisa ser
resgatado para que regueiros e regueiras se levantem e avancem na consciência crítica e
busquem se unir contra a exploração e as opressões sociais de toda ordem (étnico-racial,
de gênero, religiosa, sexualidade, etc.).
O reggae é resistência e pode contribuir para difusão de valores importantes numa
sociedade de extrema desigualdade social, violência, individualismo e criar uma cultura de
respeito e de tolerância. Ele tem essa potencialidade.
Ubuntu para todos/as os/as regueiros/as guerreiros/as do Maranhão.

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